As primeiras referências que se conhece sobre a origem dos jardins encontra-se na bíblia, as quais dizem respeito ao Jardim do Éden.
A descrição, expõe um jardim especial que tudo fornecia a Adão e Eva, como frutos, água, flores, sombra, aromas. Tudo pronto, dado a eles, sendo esse um projeto paisagístico do Eterno.
Será que não é por essa primitiva sensação que nos sentimos especialmente em paz quando estamos em jardins e ambientes arborizados?
Independente da resposta, as concepções sobre jardim passaram por uma série de transformações até adquirir os rótulos de “ecologicamente correto”, “indicador de desenvolvimento urbano” e “um dos principais aparelhos de revitalização urbana”.
Na história temos dois dos primeiros conceitos cunhados por uma antiga sociedade. O Império Babilônico, que por volta de 600 a 500 anos a.C. a mando do rei Nabucodonosor II, construiu jardins em cada patamar de uma parte das grandes muralhas da cidade, a modo do resultado final lembrar as montanhas verdejantes da terra natal de sua esposa.
Isso mesmo, ele fez tudo isso para agradar sua esposa Amitis, o que possibilitou que o jardim fosse elaborado para ser belo, contemplável, desde então jardins são feitos para ser agradável primeiramente aos olhos, depois aos outros sentidos, por meio de sombra, aromas, frutos e flores.
Um jardim pode ou não ser um lugar de refugio. Eis o primeiro conceito: jardim é um espaço verde, feito para ser bonito, seja de perto ou de longe, já o segundo conceito é: Ser um espaço agradável, por meio de sombras, aromas, flores e frutos.
Esses conceitos se espalharam pelo mundo, pois o império mundial nessa época era a própria Babilônia.
Agora entrando em outro campo, o paisagismo, temos o surgimento de outro conceito, a saber; jardim é algo projetado!
Esse conceito surgi no Egito, na China e na Pérsia que, ironicamente sofriam com a falta de água.
Foi nesses lugares que a irrigação artificial se iniciou, e com ela, a possibilidade de cultivar diversos, tipos de arvores frutíferas e também flores com aromas incríveis.
Era necessário um projeto antes do jardim. É evidente que havia plantas em inúmeras paisagens nessas nações, mas a necessidade de projeto de irrigação para determinados locais, a modo de possibilitar o plantio de todo tipo de espécie, cunhou o conceito de que jardim é algo projetado. Atualmente esse conceito está associado aos paisagistas.
Com projeto o jardim fica mais belo.
A nível técnico um paisagista recria uma paisagem natural no local em que será feito o projeto. Por exemplo o cliente diz que gosta de palmeiras e orquídeas, já o paisagista sabe que essas plantas são típicas do bioma da mata atlântica, mais conhecido como jardim tropical. Nesse projeto o paisagista coloca todas as plantas do bioma mata atlântica, de um modo que as plantas combinem em tudo.
- Não podem florar todas na mesma época e sim em épocas diferentes, tendo flor o ano todo no jardim do cliente.
- Não pode escolher todas as plantas propicia a uma mesma praga ou doença, pois o controle seria dificílimo.
- Não pode ter bagunça visual. Planta menor a frente e maior atrás, segundo o ponto de vista principal.
- Precisar usar plantas com cores variadas tanto nas folhagens como nas flores, o que deve ser feito segundo a disposição do cliente.
São inúmeras as capacidades e sutilidades exigidas de um paisagista, por isso a importância de um profissional. Conhecer os biomas nos dá conteúdo técnico para saber lidar com a planta imitando sua naturalidade, tal como a melhor terra, a acidez, se é de sol ou de sombra, etc. Também faz-se necessário conhecer os estilos de jardins que caíram no gosto dos clientes, já que o conceito mais usado é aquele que diz que jardim é algo bonito e mais bonito ainda se for projetado. E evidentemente bonito segundo o gosto dos clientes, que gostam de estilos diferentes de jardim.
Atualmente são cinco os principais estilos de jardim:
- Estilo Tropical; é um estilo que recria a tropical paisagem de uma ilha tropical, recheada de muitas palmeiras, bromélias etc. Fazendo-se necessário ter um gramado, espaços sombreados e se possível um espelho d’agua ou cascata.
- Estilo Japonês: A existência de pedras medias e grandes isoladas ou grupos pequenos, alguns arbustos baixos e podados, água, seja num riacho ou em pequenos lagos, além da tradicional lamparina japonesa.
- Estilo Contemporâneo, mostra-se o mais complexo, sendo o estilo mais livre. Usa a arquitetura do ambiente para compor a arte paisagística.
- Estilo Clássico: linhas geométricas, como se tivesse sido desenhado com compasse e régua.
- Estilo Desértico, exibe uma paisagem seca, sem humidade, porém com uma pequena área com plantas verdes e bem próximas umas das outras, lembrando um oásis.
Entre o século XIX e o século XX, os jardins tornaram-se sinônimos de salubridade e bem-estar. Isso se deu em parte por conta dos estudos que se faziam na época, sendo esses disseminados pelos discursos de médico-higienista.
Antes “propriedade exclusiva da elite” e hoje protegido por inúmeros decretos de conservação ecológica, os jardins dão vida e embelezam diversos ambientes, sejam eles naturais, urbanos ou residenciais.
Não há quem resista aos encantos de uma paisagem bela e florida.
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